terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nestas Ruas Escuras


Noite. Ruas escuras.


Vento frio levanta os papeis jogados,


Vestígios de que ali houve vida.




Não se anda, não se fala, não se vê.


A solidão se encontra nas esquinas.


As paredes de pedras marcadas pelo tempo


Gritam às recém assentadas: "sois como nós".


Estas respondem: "as futuras serão como vós".




Formas quadradas, réplicas do prédio vizinho.


Ruas em todos os sentimos que levam para o mesmo lugar.


Em meio às sombras de um beco a luz de uma janela nos permite ver livros.


Outra janela e os mesmos livros.


A imagem se repete como um quadro para ludibriar o esquadro matriz de uma única medida.




Nas calçadas estreitas uma lata de lixo ou um caro, muito bem estacionado, nos impede de seguir.


Qual o problema? Se estes não andam, que nos impede de seguir em seu caminho?


Em asfalto liso, com a sinalização desgastada pelo tempo, contam-se as folhas colhidas pelo outono.


Que diferença se pelas calçadas ou pela rua? Ao fim, chega-se ao mesmo lugar.




Onde a vida deixou vestígios


Em papéis jogados, levantados pelo vento


Nestas ruas escuras,


Nesta noite.


Nenhum comentário: