Purim 2008 (5768)

ב"ה

פורים תשס"ח

O Purim de 2008 (5768) foi muito interessante e significativo. Primeiro por se o Purim que antecede minha alyiah, segundo porque acontece em um momento muito delicado em Israel.

Purim, para os que não sabem, é a festa judaica que celebra a vitória do povo judeu em face às investidas de Haman contra Mordechai e seu povo. A história se encontra no livros de Ester. Conta o livro de Ester que nos tempos do governo de Achasverosh (Assuero), rei persa que dominou 127 paises desde a Índia à Etiópia, entre eles a Judéia, o povo judeu gozava de certa liberdade dentro dos domínios persa. Inclusive estavam reedificando o Tempo de Jerusalém. Contudo, algumas pessoas estavam insatisfeita com isso, eram elas os samaritanos e, especialmente, Haman, primeiro ministro do rei Achasverosh.

Haman disputava com Mordechai, então conselheiro do rei, a atenção real e a notoriedade ante o império. De fato Haman tinha mais notoriedade junto ao império por ser primeiro ministro, mas quanto às atenções do rei Mordechai gozava de privilégio. Um dos fatores para o sucesso de Mordechai era a sua humildade e retidão, coisa que faltava em Haman. Vale lembrar que o rei era casado com Ester, sobrinha de Mordechai, mas que o rei não sabia de tal parentesco.

Resumindo... Haman intentou contra o povo judeu e contra o seu líder, Mordechai, a ponto de conseguir que o rei editasse um decreto onde todos os judeus seriam executados à forca. Contudo, quando o rei soube que se tratava do povo de Mordechai e dele próprio, ordenou que Haman fosse executado na forca que criara para exterminar os judeus. Daí que vem a palavra Purim, que significa sorteio, pois o sorteio de Haman se tornou sorte ao povo judeu. Sendo assim é costume fantasiar-se e fazer uma grande festa neste dia. Terminadas as explicações históricas vamos aos fatos.

Estas semanas foram marcantes em Israel. Os conflitos em Gaza se intensificaram com o lançamento de foguetes, por parte do Hamas, contra as cidades israelenses de Sedrot e Ashkelom, o que ocasionou baixas nos dois lados. A explosão de um veículo militar que provocou a morte de um soldado israelense.

Não bastando o conflito militar, a yeshivah Mercaz Harav Kook, na cidade velha de Jerusalém, foi invadida por um ativista do Hamas que disparou vários tiros contra os estudantes provocando a morte de 8 alunos, sendo o mais velho de 26 anos e o mais novo de 15 anos.

Na última terça-feira, 18, o Rav Zeev Grunwald foi atacado à facadas a caminho da yeshivah Ateret Kohanim, também em Jerusalém, onde lesionava.

Parece que estamos sempre a reviver o passado e que nunca acabarão as lutas, as baixas, as lágrimas... Mas a exemplo do passado devemos lembrar que sempre depois de tudo isso vem as alegrias. A cada desgraça vencida Israel ganha uma festa. Então eu só tenho a dizer: חג שמח Feliz Festa!

Yeshivah Mercaz Harav Kook, festa de Purim 2008