domingo, 28 de fevereiro de 2010




Não queria, mas me fizeste querer-te. Mesmo que involuntariamente, o que no princípio parecia ser, envolveste-me em tua razão. O querer agora se faz necessário e meu medo não é mais meu aliado na luta contra mim mesmo.



Teus olhos me encantam. Tua pele me seduz. Impossível ver-te e não querer tocar-te. Não sentir teu perfume é simplesmente martírio. Admirar-te é como contemplar a perfeição da natureza.



Tenho sede de ti. Estar contigo me faz sentir seguro, és minha fortaleza. Transforma-me em algo que não entendo. Faz-me manifestar de dentro de mim uma fera nunca antes percebida. Em paradoxo também me comporto como uma criança encantada com seu melhor presente de aniversário. Sinto-me dominante, porém sou dominado.



Queres beber de minha água. Porém sou eu o sedento. Quero dar-te de minha fonte, mas tenho medo de que morras em minha sequidão. Aos poucos me regas e minha terra se torna fértil. Mas porque queres extrair os meus frutos quando, todavia, não há brotado a árvore?



Quero me envolver em ti. Quero ser completamente teu, porém minhas chagas não permitem. Lambo minhas feridas para te encontrar, pois quero estar perfeito para ti. Minhas cicatrizas parecem te provocar receios. Não lhes tenhas medo. Pois por ti hoje são o que são. Entregar-me a ti é o meu maior desejo. Não realizá-lo é o meu maior medo.



Fazer-te feliz é o meu objetivo. Luto com todas as minhas forças em esta guerra onde pretendo ser o único ferido. Para que ao fim da investida eu me deleite nos braços daquela em quem devotei o meu amor. Contudo, de minha caverna saio aos poucos, para que se acostumes com o meu rosto.



Não te assustes por meus pelos e minhas garras, pois para ti serei sempre "tu niño". Não tomes de minha água sem que antes eu a sirva em cálice de prata. Para ti dedicarei de mim o melhor para que sempre sejas a minha eterna amada.



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